VERSO - 08

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

SONETO LXX
Se te censuram, não é teu defeito, 
Porque a injúria os mais belos pretende; 
Da graça o ornamento é vão, suspeito, 
Corvo a sujar o céu que mais esplende. 
Enquanto fores bom, a injúria prova 
Que tens valor, que o tempo te venera,
Pois o Verme na flor gozo renova, 
E em ti irrompe a mais pura primavera. 
Da infância os maus tempos pular soubeste, 
Vencendo o assalto ou do assalto distante; 
Mas não penses achar vantagem neste
Fado, que a inveja alarga, é incessante.
Se a ti nada demanda de suspeita,
És reino a que o coração se sujeita.

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