VERSO - 39

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Soneto 17 ~

Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.

Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.

VERSO - 38

~ Soneto 29 ~

Quando, malquisto da fortuna e do homem,
Comigo a sós lamento o meu estado,
E lanço aos céus os ais que me consomem,
E olhando para mim maldigo o fado;

Vendo outro ser mais rico de esperança,
Invejando seu porte e os seus amigos;
Se invejo de um a arte, outro a bonança,
Descontente dos sonhos mais antigos;

Se, desprezado e cheio de amargura,
Penso um momento em vós logo, feliz,
Como a ave que abre as asas para a altura,

Esqueço a lama que o meu ser maldiz:
Pois tão doce é lembrar o que valeis
Que está sorte eu não troco nem com reis.

VERSO - 37

Quando a hora dobra em triste e tardo toque
E em noite horrenda vejo escoar-se o dia,
Quando vejo esvair-se a violeta, ou que
A prata a preta tempora assedia; 

Quando vejo sem folha o tronco antigo
Que ao rebanho estendia a sobra franca
E em feixe atado agora o vejo trigo
Seguir o carro, a barba hirsuta e branca; 

Sobre tua beleza então questiono
Que há de sofrer do Tempo a dura prova,
Pois as graças do mundo em abandono 

Morrem ao ver nascer a graça nova.
Contra a foice do tempo é vão combate
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate.

VERSO - 36

A vida não é eterna e tudo tem um prazo, nossas vontades mudam nas viradas do acaso, pois esta é uma questão ainda não resolvida: a vida faz o amor ou o amor que faz a vida?
A quem não precisa nunca falta uma amizade, mas quem precisa só experimenta falsidade e descobre oculto no amigo um inimigo antigo.

VERSO - 35

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

M aior 
A ventura
C onquistada
O nde
N enhum
H omem
A cabou vivo!

VERSO - 34

Não tem olhos solares, meu amor;
Mais rubro que seus lábios é o coral;
Se neve é branca, é escura a sua cor; 
E a cabeleira ao arame é igual.

Vermelha e branca é a rosa adamascada

Mas tal rosa sua face não iguala;
E há fragrância bem mais delicada
Do que a do ar que minha amante exala.

Muito gosto de ouvi-la, mesmo quando

Na música há melhor diapasão;
Nunca vi uma deusa deslizando,

Mas minha amada caminha no chão.

Mas juro que esse amor me é mais caro
Que qualquer outra à qual eu a comparo.

VERSO - 33

Estas alegrias violentas, têm fins violentos
Falecendo no triunfo, como fogo e pólvora
Que num beijo se consomem.



Teste Teste Teste

Teste Teste Teste